Tive a rua e o meu quintal.
Tive o mundo inteiro e inúmeras aventuras no que li!
Os escritores foram os senhorios desses sonhos.
Cavalguei no meu cavalo de ferro movido a pedais,
rápido como uma seta até que distracções ou deleixos me faziam comer terra e
chorar baba e ranho, mas sempre com orgulho de mais uma medalha nos joelhos.
Vivi a doce ilusão da infância…
Hoje
a única coisa importante é o tempo entre os segundos. O momento entre o
inspirar e o expirar.
Os
quartos da dor possuem paredes grossas cercadas por outras mais grossas
enfeitadas por arame farpado feito das mágoas…
E
não conseguimos saber se está sol ou chuva pois a tempestade impera.
Nesse
momento não sentimos as coisas de um jeito normal.
Não
sentimos falta do sorriso pois ele magoa pelos sorrisos dados com a pessoa
amada, e se os evitarmos deixam de ser reais para nós até que alguém os
desperte. Nesse tempo das nossas vidas estamos sempre á espera de tudo e nada,
ás vezes sem saber se essa espera é uma sensação agradável ou não...
Um
trovão deixa de ser trovão e passa a ser tempestade. A chuva mais uma lágrima
na nossa face!
Vivemos
na trágica ilusão da realidade!
joaoamorim69