EU A BELINHA E MAIS 248 PESSOAS...
Ouvir Carlos Moedas citar Keynes, perante um auditório de 250 pessoas - e
em que não se cantou a Grândola Vila Morena -, acabou por ser uma das
coisas menos surpreendentes da sessão de quinta-feira à noite
em que foi apresentado o relatório final, de 300 páginas, sobre o
impacto económico da Fundação de Serralves, produzido por uma equipa da
Porto Business School, dirigida pelo catedrático José Costa.
Já se sabia que as conclusões eram simpáticas e demonstravam que o dinheiro posto em Serralves é fêmea e tem capacidade para se reproduzir. Os quatro milhões de euros que o Estado transferiu em 2010 para a Fundação de Serralves geraram um pouco mais de dez milhões de euros de receitas fiscais.
"Para além do seu impacto cultural, Serralves tem de ser respeitada como um agente económico", declarou, a abrir, Luís Braga da Cruz, presidente da Fundação e um dos ex-ministros presentes - os outros foram Elisa Ferreira, Teresa Patrício Gouveia, Valente de Oliveira, Luís Campos Cunha e Augusto Santos Silva.
"Ao gerar novas atitudes, novas formas de ver e de estar, sedimentando uma nova sociedade, a cultura comanda-nos", sintetizou Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal a quem foi cometida a tarefa de fazer a oração da noite, teorizando a partir de um estudo que prefaciou e cujo coordenador científico foi o seu irmão, com quem, confidenciou, se estava a cruzar profissionalmente pela primeira vez em 41 anos.
Satisfeito por a Fundação de Serralves não só ser zelosa na gestão dos dinheiros públicos mas também transparente ao ponto de prestar contas, o governador do Banco de Portugal afirmou que o relatório em análise é a prova dos nove de que um equipamento cultural pode ser um fator importante de desenvolvimento do território e que, ao gerar retorno a despesa em cultura, pode transformar-se em investimento.
Já se sabia que as conclusões eram simpáticas e demonstravam que o dinheiro posto em Serralves é fêmea e tem capacidade para se reproduzir. Os quatro milhões de euros que o Estado transferiu em 2010 para a Fundação de Serralves geraram um pouco mais de dez milhões de euros de receitas fiscais.
"Para além do seu impacto cultural, Serralves tem de ser respeitada como um agente económico", declarou, a abrir, Luís Braga da Cruz, presidente da Fundação e um dos ex-ministros presentes - os outros foram Elisa Ferreira, Teresa Patrício Gouveia, Valente de Oliveira, Luís Campos Cunha e Augusto Santos Silva.
"Ao gerar novas atitudes, novas formas de ver e de estar, sedimentando uma nova sociedade, a cultura comanda-nos", sintetizou Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal a quem foi cometida a tarefa de fazer a oração da noite, teorizando a partir de um estudo que prefaciou e cujo coordenador científico foi o seu irmão, com quem, confidenciou, se estava a cruzar profissionalmente pela primeira vez em 41 anos.
Satisfeito por a Fundação de Serralves não só ser zelosa na gestão dos dinheiros públicos mas também transparente ao ponto de prestar contas, o governador do Banco de Portugal afirmou que o relatório em análise é a prova dos nove de que um equipamento cultural pode ser um fator importante de desenvolvimento do território e que, ao gerar retorno a despesa em cultura, pode transformar-se em investimento.
Eurodeputado do PSD contestou corte às fundações
que geram valor e defendeu um "divórcio" temporário entre a cultura e a
economia.
Num debate inserido na apresentação do
estudo de impacto económico da Fundação de Serralves, que concluiu que
multiplica por dez no PIB os apoios do Estado, Paulo Rangel ironizou que
"afinal há Parcerias Público-Privadas boas e significa que não deviam
ser essas a levar os cortes, mas as outras".
Dirigindo-se ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, que veio ao Porto assistir à apresentação de resultados, o eurodeputado eleito pelo PSD fez um paralelismo com o orçamento comunitário e pediu mais vigor ao Governo português no diálogo com Bruxelas. "Muitas vezes os Estados europeus, que são contribuintes líquidos, têm a mesma vantagem que o Estado tem quando mete dinheiro em Serralves ou na Casa da Música".
"Não sei se o retorno é tão bom quanto este, mas não é mau. E é preciso que isto seja dito [pelo Governo] nas instâncias europeias. Eles [os países que são os maiores contribuintes líquidos] ajudam para se ajudarem a si próprios", acrescentou.
Numa intervenção curta que agitou a plateia recheada do auditório de Serralves, Rangel lamentou, "sem qualquer veleidade que isso se altere, que talvez estejamos demasiado condicionados pela supremacia da economia". A proposta foi a de "fazer um estudo de impacto cultural da economia, no sentido da atitude da mundividência das pessoas".
Salientando que "os deputados deviam impor-se mais aos governos", Rangel apontou que os tempos actuais são "de uma visão economicista e redutora da realidade". "Há muitas coisas que valem a pena para lá da dimensão económica. E a cultura - por muito que a economia seja relevante, e o mecenato comprova-o - mas há sempre um reduto da cultura que escapa à economia, portanto seria bom se, por alguns momentos, a cultura se pudesse divorciar da economia", concluiu.
Tal como noticiado pelo Negócios esta quinta-feira, o estudo sobre "O Impacto Económico da Fundação de Serralves" mostra que a actividade do complexo artístico-cultural de Serralves gerou, em 2010, um impacto global sobre o PIB de cerca de 40,56 milhões de euros, contribuiu para criar 1.296 postos de trabalho em equivalente a tempo inteiro, gerou cerca de 20,7 milhões de euros em remunerações e 10,8 milhões de euros de receitas fiscais.
Paulo Rangel elogiou ainda a "transparência" da instituição na realização deste estudo, até porque os responsáveis da instituição estão "mais confortáveis agora para tomar decisões estratégicas". Também a partir de informações como o perfil dos visitantes ou o ranking do interesse dos turistas que visitam o Porto, que colocam Serralves em quarto lugar, a seguir aos Clérigos, à Casa da Música e às caves do vinho do Porto.
Dirigindo-se ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, que veio ao Porto assistir à apresentação de resultados, o eurodeputado eleito pelo PSD fez um paralelismo com o orçamento comunitário e pediu mais vigor ao Governo português no diálogo com Bruxelas. "Muitas vezes os Estados europeus, que são contribuintes líquidos, têm a mesma vantagem que o Estado tem quando mete dinheiro em Serralves ou na Casa da Música".
"Não sei se o retorno é tão bom quanto este, mas não é mau. E é preciso que isto seja dito [pelo Governo] nas instâncias europeias. Eles [os países que são os maiores contribuintes líquidos] ajudam para se ajudarem a si próprios", acrescentou.
Numa intervenção curta que agitou a plateia recheada do auditório de Serralves, Rangel lamentou, "sem qualquer veleidade que isso se altere, que talvez estejamos demasiado condicionados pela supremacia da economia". A proposta foi a de "fazer um estudo de impacto cultural da economia, no sentido da atitude da mundividência das pessoas".
Salientando que "os deputados deviam impor-se mais aos governos", Rangel apontou que os tempos actuais são "de uma visão economicista e redutora da realidade". "Há muitas coisas que valem a pena para lá da dimensão económica. E a cultura - por muito que a economia seja relevante, e o mecenato comprova-o - mas há sempre um reduto da cultura que escapa à economia, portanto seria bom se, por alguns momentos, a cultura se pudesse divorciar da economia", concluiu.
Tal como noticiado pelo Negócios esta quinta-feira, o estudo sobre "O Impacto Económico da Fundação de Serralves" mostra que a actividade do complexo artístico-cultural de Serralves gerou, em 2010, um impacto global sobre o PIB de cerca de 40,56 milhões de euros, contribuiu para criar 1.296 postos de trabalho em equivalente a tempo inteiro, gerou cerca de 20,7 milhões de euros em remunerações e 10,8 milhões de euros de receitas fiscais.
Paulo Rangel elogiou ainda a "transparência" da instituição na realização deste estudo, até porque os responsáveis da instituição estão "mais confortáveis agora para tomar decisões estratégicas". Também a partir de informações como o perfil dos visitantes ou o ranking do interesse dos turistas que visitam o Porto, que colocam Serralves em quarto lugar, a seguir aos Clérigos, à Casa da Música e às caves do vinho do Porto.
Teve lugar esta semana, no Porto, a reunião anual do Conselho de
Fundadores da Fundação de Serralves a que muito me orgulho de pertencer.
Como sempre, esta Assembleia de mais de cem pessoas foi uma reunião
com um clima especial. Não sei se pelo espírito natalício ou pela
necessidade que – me apercebo – todos temos neste momento de nos
“agarrar” a coisas positivas, a verdade é que esta reunião foi
extremamente agradável.
Evidentemente, este clima positivo tem como pano de fundo uma gestão
da Fundação que considero excepcional. O atual Conselho de
Administração, presidido pelo Professor Braga da Cruz, tem sabido
ajustar os custos mantendo um elevado padrão de qualidade e audiências.
No quadro de um estudo de sustentabilidade efectuado pela Escola de
Gestão do Porto foram apresentados dados macro do impacto económico de
Serralves notáveis. Para custos anuais de funcionamento em 2010 de cerca
de € 10 milhões, o impacto direto e indireto no PIB foram mais de € 30
milhões, a criação de emprego 1,200 postos de trabalho e – mais
espantoso – o impacto fiscal foi de cerca de € 10 milhões.
Considerando que a aportação pública para Serralves em 2010 foi de
€4,1 milhões, isto significa que o Estado teve um balanço líquido
positivo de cerca de € 6 milhões com Serralves. É difícil encontrar
melhor exemplo de investimento do Estado na Cultura.
A reunião foi abrilhantada pela presença de um velho Amigo de Serralves o SEC Francisco José Viegas.
Devo dizer que não conheço pessoalmente o SEC mas fiquei extremamente
bem impressionado pelo seu discurso. Revelou-se, o que já sabíamos,
como um grande Homem de Cultura capaz de uma reflexão inovadora como a
sua sugestão de que “…se aceite o que não se conhece” mas também com um
claro entendimento da sua política cultural. Não há cultura sem
públicos.
Ficando claro que Serralves tem no SEC um Amigo – que até homicídios
já fez nos seus jardins – ficou também entendido que não será menos
exigente. Está disponível para ajudar e pedirá que o ajudem. Não será
assim com todos ?
Estão neste momento em Serralves duas mostras muito importantes “Thomas Struth: fotografias 1978-2010” e “Outra vez não”.
A mostra de Struth foi comissariada por James Lingwood um dos nomes
mais importantes da cena contemporânea mundial. Fundador de ArtAngel,
Lingwood é um grande conhecedor de Portugal, faz parte do Conselho
Internacional de Serralves e colaborou em coproduções da Ellipse. A
participação de Serralves nesta coprodução coloca-a em parceria com
nomes do mais alto prestígio no mundo da Arte Contemporânea:
Kunstsammlung de Dusseldorf, Kunsthaus de Zurique e a WhiteChapel de
Londres.
Trata-se de uma produção de grande escala, porventura, uma das mais importantes deste grande fotógrafo mundialmente consagrado.
A outra mostra a não perder é “Outra vez não”, de Eduardo Batarda, uma mostra comissariada por João Fernandes e João Pinharanda.
Mostrar Batarda ao lado de Struth foi, a meu ver, uma proposta
temerária. O grande teste para um Artista é ser cotejado quase lado com
outro Artista. Tratando-se de Struth – um dos maiores artistas mundiais –
poderia ter acontecido que a mostra de Batarda pudesse aparecer como
menor.
Felizmente está longe de ser o caso. A mostra de Batarda é
extremamente feliz indiciando um Artista claramente subestimado no
contexto internacional.
Com sinceridade gostei mesmo mais das cores e humor de Batarda face
ao frio racionalismo germânico da escola Becher. Foi com agrado que à
saída, falando com uma das funcionárias mais antigas de Serralves ela me
referiu, também com grande satisfação, que a inauguração de Batarda
tinha sido uma das de maior êxito nos últimos tempos.