quarta-feira, janeiro 23, 2013

O Condomínio do Amor



No condomínio do amor, nós vamos para a noite catrapiscar fêmeas fatais.

Elas sensuais, despidas, são demais.

Elas despem a sua sensualidade para engatar os homens da actualidade.

Roupas, perfumes e olhares sedutores; em busca da felicidade da carne.

Um copo ou dois para se libertarem dos pudores e a noite é deles.

Tenho para mim que já não há amores eternos, daqueles que eu conheço, como a minha mãe e o meu pai.

A minha mãe à décadas atrás meteu-se num barco e milhares de Kilometros depois encontrou-se com o seu amor e fizeram um filho que é um verdadeiro terror!

Hoje os “amores” são de bares e redes sociais, a busca da felicidade transforma-se em comentários:

- “Ele é demais!”, “Desta vez acertei”, “O meu defunto, esse é um filho da puta!” “Na cama ele é um sonho”…

- “Ela? Grande foda meu!” “Faz de tudo!” “Não é como a pudica da minha ex; esta sim!”

Dias, semanas, meses, ou, às vezes… no somatório do referido atrás, as relações acabam…e repetem-se as mesmas lenga-lengas:

- “Ele é um sacana!”, “traiu-me com a Beti!”, “Os homens são sempre os mesmos! Uns cães!”… Às vezes elas esquecem-se que um tempo atrás foram a outra…

- “É pá curti com a Beti!”, “Grande cena meu!”, “Uma loucura!”…

No Condomínio do Amor, nós encontramos nas redes sociais o afecto para curar a solidão e a depressão, mas não queremos os sacrifícios dos nossos pais. Queremos o amor rápido, fulgurante, inebriante, o sonho dos filmes de amor; mas esquecemos que a vida é como as novelas, um chorrilho de lágrimas, de afectos, de traições, de momentos de alegria e tristeza, de jantares simples, e passeios junto ao mar, e só no fim de uma vida poderemos dizer:

- Felizes para sempre!

No Condomínio do Amor, queremos tudo já! Exigimos tudo! Não sacrificamos nada, e voltamos ao engate dizendo que será desta!
 

O cientista e a mulher que dá o corpo em troca de "sentimentos" Estavam os dois a enamorar-se por uma escultura. Estão os dois ...