segunda-feira, maio 31, 2010

Apenas te amo

O som e o amor não se vêem, mas sentem-se.

As mãos frias, as pernas fracas não se vêem, mas sentem-se.

O sorriso sente-se e vê-se.

Sim o sorriso também é parte integrante do amor!

Quando se ama aprende-se a sorrir ou sorrimos mais.

Sorrimos até no autocarro ou parados olhando as pombas em tropelias com migalhas.

Sorrimos no trabalho feitos lorpas.

Bem quem estiver atento ou não vai entender ou entende e sorri ou ri de nós,

com inveja ou com conhecimento de facto.

No jogo da sedução vale muito ou tudo, para conquistar e seduzir.

Quando se ama somos vigilantes para com o amado, e chegamos a sofrer mais por ele que ele próprio quando lambe as suas feridas...

De que adiante amar se não se é amado?!

domingo, maio 30, 2010

estarei sempre presente para o futuro

noite calada

Eu não voltarei. E a noite
morna, serena, calada,
adormecerá tudo, sob
sua lua solitária.

Meu corpo estará ausente,
e pela janela alta
entrará a brisa fresca
a perguntar por minha alma.

Ignoro se alguém me aguarda
de ausência tão prolongada,
ou beija a minha lembrança
entre carícias e lágrimas.

Mas haverá estrelas, flores
e suspiros e esperanças,
e amor nas alamedas,
sob a sombra das ramagens.

E tocará esse piano
como nesta noite plácida
não havendo quem o escute,
a pensar, nesta varanda.


Juan Ramón Jimenez

terça-feira, maio 25, 2010

Um golfinho vermelho.

Um golfinho vermelho.

É um momento de loucura, procurar-te por entre as ondas do mar.
É um momento de loucura, procurar-te por entre as dunas do deserto.
É um momento de loucura, procurar-te por entre as nuvens do céu.

Hummmm

E eis que te encontro enrolada num lençol, de cetim branco.
Com teus cabelos vermelhos pousados no cetim, com os olhos calmos, adormecidos no torpor das ondas do mar que invadem com o seu som o nosso quarto.

Olho o teu corpo que parece um golfinho mergulhando nos lençois.
Olho o teu corpo e deleito-me com o teu peito.
Olho o teu corpo e vibro com as tuas pernas.
Olho o teu corpo e deixo-me embalar nas curvas dos teus lábios.

Hummmm

Gosto da forma como gostas da água.
Gosto da forma como gostas da areia.
Gosto da forma como gostas de olhar, calma e docemente.

Hummmm

Gosto de te ver de vestido; e já não vejo á uma etrenidade.
Gosto de te ver andar, e andas...
Gosto de te ver sorrir...

Hummmm

Um golfinho vermelho.

Na minha imaginação, nos lençois, nos lençois do quarto da minha imaginação, com a praia aos pés e Paris ao lado.

sexta-feira, maio 21, 2010

Uma carta na tua cadeira!

As cortinas do meu quarto ganham vida, parecem fantasmas que ondulam á janela da minha casa, da minha alma!
Tenho medo, tal como o leão da minha África quando vê a chama da fogueira.
Perdido como o falcão que percorre o mundo inteiro sou o pirata á deriva.
Os fantasmas da minha janela repousam quando o dia nasce, mas minha alma já deambula pelos armários onde às vezes eles se escondem.
Que monstros vou encontar?
Talvez um debaixo da minha cama, que, brinca distraído com um boneco do X-Man.
Que sonhos desfeitos vou encontrar debaixo do tapete que me acomoda os pés, enquanto me dispo?
Olhei um anjo que me confidenciou que no topo de um arco-íris podemos tocar o céu.
Outro me disse, que, do topo da montanha mais alta, o mundo nos foge, e o céu está mais perto.
A luz escondeu-se de mim, enquanto eu corro as ruas, uma a uma, procurando-te; o meu anjo
da guarda, que me proteja e se guarde dentro de mim para expulsar os fantasmas, os monstros e demónios.
Imagino-te numa praia de areia branca no meu Moçambique, tu num vestido comprido de chapéu
na cabeça, de sorriso distraído, de mãos ternas e gestos suaves.
Imagino-te rodeada de animais que te veneram.
Imagino o sol a pôr-se e teus olhos perdidos nele.
Imagino a lua a acordar e receber o teu olá.
Imagino o grito da corça e do elefante, o sorriso da criança e a alegria do mendicante,
Olhando-te.

quarta-feira, maio 19, 2010

Dançar à chuva!

Na vida há tempestades de tudo e nada.
Sonhos perdidos; amores resolvidos e por resolver.
Na vida à borrascas de lágrimas, de sonhos vividos e não realizados.
Como tal pode ser?
Posso viver meu sonho, e, e, e não o realizar por muitas condicionantes da vida mas o sonho está lá, nós é que já não. Ou, não é sonho, já, o nosso!
Explicações destas considerações?
Queriam!
Deixo isso para os psicólogos no meu caso para um ou outro psiquiatra mais arrojado.
O que eu queria mesmo dizer, é que existem muitas tormentas na nossa vida, e, e nós temos que aprender a dançar à chuva, ao vento e ao sol, para não perder-mos o norte ou o sonho.
Depois existem jardins, florestas e bosques encantados.
Elfos, cascatas e flores mágicas.
E existo eu!
Com mau feitio, bondoso, arreliador e sonhador!
Na vida há tormentas e tempestades, mas o mais importante é aprender a dançar há chuva!

quinta-feira, maio 13, 2010

Acordei e estava em teus braços, protegido, mimado.
Acordei e senti-me seguro.
Acordei e vi a vida a surgir.
Acordei e não estavas.

quarta-feira, maio 12, 2010

Um homem

Encontrei no fundo do armário um boneco de papel.
Estranho, pensei eu.
Este boneco tem feições de gente!
E por momentos, imóvel, observei o meu achado; a grande descoberta do dia!
Ele fitou-me, e, estarrecido fiquei à espera de uma palavra, de um sorriso ou de um piscar-de-olho.
Nada! Continuava imóvel no fundo do armário.
Fechei a porta.
Abrindo-a novamente de forma sorrateira. E lá estava ele, fitando-me.
Ao seu lado, um antigo texto meu, sobre uma ilha onde as mulheres não conseguem ou não querem amar.
Olhei o boneco, e palidamente reconheci uma e outra feição.
Tinha guardado esse boneco à quase dois anos, e já o tinha esquecido.
O medo que senti ao vê-lo novamente gelou-me a alma.
Pensei ter-lhe fugido, e estava, agora a começar a fechar as portas do armário.
Bem como o texto que lá dentro tinha deixado, pois, ainda à mulheres que amam.
Acendi uma vela e olhei-a fixamente.
Em cima do sofá, 25 munições, 25 razões para eu olhar a vela.
Recordei uma bala antiga, não tão antiga dirigida a mim.
Recordei que tinha encontrado o meu colete à prova de bala, e que me queria refugiar em seus braços até ter coragem para dar o peito às "balas".
De lágrimas contidas olhei 25 balas, 25 motivos, já quando só tenho 2 para viver.
O colete fugiu, irá tomar o seu lugar noutro ferido, ou, noutro guerreiro, e eu olharei as 25 balas e as duas razões para viver.
As forças vinham quando descobria a razão, as forças iam quando o medo me cercava.
O armário impedia os medos de saírem mas também os guardava.
O homem continuava a olhar-me, ele precisava de força para sair, que o puxassem sem o largar, que o perseguissem, o segurassem, que lhe mentissem até; desde que ele sentisse a total segurança sairia do armário, levando os textos, os medos, ficando este livre para outras coisas, como os sonhos, as realidades, as conquistas e a família.
Mentir.
Não! Se o mundo acredita? Não! Mas também o mundo mente!
Mas de que me serve dizê-lo se o armário me volta a fechar dentro dele.

Uma boneca de papel surgirá.

E tão frágil como o boneco se acercará dele, e talvez juntos consigam sair do armário.

Uma feroz guerreira amazona surgirá, e talvez amarre o boneco na cela do seu cavalo, e se recuse a deixar-lo cair.
Nesse momento que fazer? Senão cavalgar, amarrado nesse possante, de crinas ao vento, e, ao acordar da corrida, os anos passaram, a vida sorriu, a família cresceu, e as amarras que prendiam o cavalo à cela já se tinham perdido, na floresta, ,na torrente dos dias.

De sorriso estampado no rosto o boneco viu, descobriu o que tanto pediu! E pediu com honestidade, a segurança na cela da guerreira!

Estou, sinto-me em carne viva!

Estou, sinto-me em carne viva!
Mais uma vez meus sentimentos são colocados em causa.
Mais uma vez me mentiram e omitiram.
Mais uma vez fui avaliado e julgado.
Mais uma vez tudo terminou em palavras escritas, quando nem se colocou um pc no chão para se ter uma conversa em privado.
Durante um tempo iludido quis ser feliz.
Sou um jardim de tristeza que precisa de alguém que me ame incondicionalmente, que trate de mim, que mate as ervas daninhas, e me faça crescer.
Aí e nesse momento poderei crescer, forte e de forma audaz acreditar que até para mim pode ser possível.
A mulher que conseguir amar-me de forma incondicional terá o homem na íntegra e com ele, e ao lado dele, e com ele ao lado lutar pelo mundo.
Estou, sinto-me em carne viva!
Por ver meu carácter avaliado por um erro do passado. Perseguido durante anos por esse erro.
Em carne viva por estar sempre em julgamento qual réu, e ser crucificado a todo e qualquer momento sem palavras de incentivo de apoio.
Apenas meu corpo vale.
Em carne viva pois via-me envelhecer.
Em carne viva pois acreditei e minhas palavras eram vistas com desconfiança e eu vivi essa mentira.
Em carne viva pois queria por uma vez ser cuidado fechar os olhos e ter alguém que cuidasse de mim até que meus esqueletos se fossem embora.
Talvez um dia para mim seja possível.
Ate lá mais uma vez em carne viva.
No fundo só conheço bem dois sentimentos:
- O amor!
- O ódio!
E ambos conheço com a pureza!
Em carne viva! Amando!

segunda-feira, maio 10, 2010

lembro

Lembro-me de nós em Miramar.
Lembro-me de te olhar.
De olhar as rochas, a areia, o ar, o mar, o céu.
Lembro-me que te queria amar logo ali.
Lembro-me de e do quanto me acalmas.
Lembro-me de querer sorrir.
Lembro-me.
E nunca foste comigo a Serralves.
Onde eu te queria abraçar, sentir teu olhar em mim.
Lembro-me.

O cientista e a mulher que dá o corpo em troca de "sentimentos" Estavam os dois a enamorar-se por uma escultura. Estão os dois ...