terça-feira, maio 23, 2006

Pessoa

Um dia a maioria de nós irá separar-se.Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas quefizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos quepartilhamos.Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finaisde semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.Hoje não tenho mais tanta certeza disso.Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algumdesentendimento, segue a sua vida.Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos.Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cadavez mais raro.Vamo-nos perder no tempo...Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem sãoaquelas pessoas?"Diremos... que eram nossos amigos e... Isso vai doer tanto!-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"A saudade vai apertar bem dentro do peito.Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...Quando o nosso grupo estiver incompleto...Reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.E, entre lágrima abraçar-nos-emos.Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida,isolada do passado.E perder-nos-emos no tempo...Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vidapasse em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandestempestades...Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os Meusamores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
"Fernando Pessoa"

terça-feira, maio 09, 2006

CMC - Viver não doi!

Definitivo, como tudo o que é simples.
A nossa dôr não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e que não se cumpriram.
Porque sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas por termos conhecido uma pessoa com quem nos identificamos, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo, por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos porquê?
Porque automáticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projecções irrealizadas, por todas as cidades que gostariamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os livros, músicas e silêncios que gostariamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados... pela eternidade.
Sofremos por aquelas horas em que não fomos ao cinema, ou que deixamos de ter, para estar com os amigos, para sonhar ou tão simplesmente olhar as estrelas. Sofremos porque a nossa mãe é impaciente connosco, mas por todos os momentos que podiamos estar a confidenciar se ela nos quizesse presentes. Sofremos não porque a nossa equipa perdeu, mas pela alegria sofucada. Sofremos não porque envelhecemos mas porque o futuro nos foi confiscado com aquela pessoa, impedindo-nos que mil aventuras aconteçam aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dôr do que poderiamos ter vivido?
A resposta é estranhamente simples:
Iludindo menos, vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdicio da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoista que nada arrisca, e que esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dôr é inevitável, o sofrimento opcional!!!

O cientista e a mulher que dá o corpo em troca de "sentimentos" Estavam os dois a enamorar-se por uma escultura. Estão os dois ...