domingo, fevereiro 28, 2010

P.S. Toc! Toc! Toc!

Acordei do meu sonho entrando se me aperceber noutro sonho!
E lá estavas.
Olhando-me.
Sentindo o meu respirar, o pulsar do meu coração, com a tua face acariciando o meu peito e teus olhos postos nos meus.
O teu peito nu despido das coisas materiais tocava-me, sentindo-me, fazendo-me sentir vivo.
A tua coxa penetrava atrevidamente por entre as minhas, tocando-me, despertando-me para a vida...
Olhei teus lábios e puxei-te para mais perto dos meus; e, senti a tua língua quente percorrendo a minha face bolachuda.
As tua mãos percorriam e corriam em mim, e eu, abismado por estar feliz, pelo desejo realizado, segurava as tuas ancas, acariciava as tuas nádegas que em breve seriam minhas novamente.
Pelo chão restos de uma noite; cheiros, odores e fragâncias sedutoras. Nos nossos corpos as marcas do desejo, na alma o início.
Toc! Toc! Toc!
Sobressaltados olhamos a janela.
Um pássaro atrevido chamava-nos à atenção bicando o vidro como querendo ensinar-nos uma nova posição ou aprimorar a actual.
Toc! Toc!
De forma ritmada, acompanhando-nos.
Toc! Toc!
Incentivados lançamo-nos no delírio final, meu ventre tocando tuas nádegas, minhas mãos segurando tuas ancas.
Gritos teus! Gritos meus! E o toc! Toc!
Silêncio arfante, novamente no chão do quarto.
Dois pássaros, 3 pássaros, uma andorinha e até uma gaivota estavam agora na nossa janela, olhando a felicidade estampada no meu rosto.
Cobri teus seios, com algumas pétalas de rosa que estavam espalhadas pelo chão, privando as ditas aves de ver os teus mamilos rijos pelo éxtase, e abraçados adormecemos, cobertos pelos raios de sol da manhã.
Toc! Toc!
Maldito pássaro! Digo eu.
Toc! Toc! Toc!
Ops! É a empregada querendo limpar o quarto, esquecendo-se de olhar o letreiro que dizia não incomodar pelos próximos anos.
A manteiga escorria pelos meus dedos, enquanto sôfrego eu comia a torrada, dourada pelas brasas da lareira. O café; puro, negro, preto, arábico, perfumava o ambiente.
Teus lábios seguravam um pedaço de fruta, momentos antes eles...
Olhei-te e parei de pensar, seguraste minha mão e esquece-mo-nos do mundo...
Fotografei-te sem preconceitos, com os raios de sol tocando teu corpo, reflectidos pelo mar. Acordes de violino encheram os espaços por preencher no nosso mundo e de mãos dadas olhamos a imensidão azul através da varanda. Olhamos os animais, as plantas, o sol e a lua, que agora se via muito timidamente.
Olhei teu corpo e senti o que sempre sinto quando te penso. Senti que tinha que estar nele, pois seduz-me e embriaga-me a alma.
Como que percebendo isso, andaste pelo quarto espalhando o teu charme, mostrando as tuas nádegas, as tuas coxas, o teu ventre, os teus seios, no explendor que é ser mulher em ti.
Chamaste-me novamente prometendo-me um prazer de cada vez, enquanto te ajoelhavas, e no fim prazeres mil
Como loucos fizemos amor e sexo, e sexo com amor.

P.S. Toc! Toc! Toc!

Malditos pássaros!

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Não respondas, pensa só!


Justiça e verdade, onde se cruzam?

- Olá a todos!
- Ele morreu!
- A sua execução não é uma causa, para celebrar, nem uma vingança.
- É um capítulo...
- No caminho da justiça e da recuperação.
- Pessoalmente não acredito na pena capital.
Acredito, nos direitos das vítimas.
Acredito que merecem ser compensadas, por muito significante ou
insignificante que possa ser comparado com o sentimento de perda.
- Eu também tive uma perda dessas, e como alguns dos que aqui estão
passei noites sem dormir, a tentar desesperadamente, superar o imenso
desejo de vingança. E, perguntava, se esta dor, alguma vez desapareceria.
E aprendi,que o tempo não cura nenhuma ferida.
No entanto fará,da forma mais misericordiosa.
Diminuir a dor pouco a pouco.
Então. Qual a primeira coisa que se têm de lembrar quando entrarem num tribunal?

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Um velho texto



Todos os dias morre um amor!

Quase não nos percebemos mas todos os dias morre um amor. Ás vezes de uma forma lenta e gradativa, quase indolor, após anos e anos de rotina. Ás vezes melodramaticamente, com direito a palavras vexaminosas, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos. Morre sem um beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com um gosto salgado das lágrimas nos lábios. Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, diálogos cada vez mais resumidos, de beijos cada vez mais gelados…
Alguns morrem por medo do desconhecido, medo do que pode ser novo, medo de doer depois, medo… medo…medo…, covarde medo. Medo até de que seja tão bom que não se vai aguentar perder no fim. Outros por comodismo de nem querer conhecer se aquele amor é amor mesmo, ou somente carência. Ou pior, o comodismo de não se mexer na coisa para não obrigar a ter que tomar novos rumos na vida.
Deixa morrer que é mais fácil!
Todos os dias morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria do que na prática, tenhamos relutância em admitir.
Pode morrer como uma explosão, seguida de um suspiro profundo porque nada é mais doloroso que a constatação do fracasso, de saber que mais uma vez um amor morreu. Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensina alguma coisa!
Esta é a lição: qualquer amor pode morrer! E todos os dias, em algum lugar do mundo, existe um amor sendo assassinado. Existem também amores que clamam por um tiro de misericórdia: ainda estão juntos mas comportam-se como um cavalo ferido, à espera de ser sacrificado.
Existem também os amores fantasma, aqueles que se recusam a admitir que já morreram. São capazes de perdurar anos, como mortos-vivos sobre a terra, teimando em resistir apesar das camas separadas, dos beijos frios e burocráticos, do sexo sem amor (se houver). Esses não querem ser sacrificados, mas irão morrendo aos poucos. Mas eu, quase já desistindo da minha busca, pude ainda encontrar uma outra classificação:

Os amores vencedores! Aqueles que apesar da luta diária pela sobrevivência, das infinitas contas para pagar, da paixão que decresce com o decorrer dos anos e das brigas que não levam a nada, ressuscitam das cinzas e revelam-se fortes, pacientes e esperançosos. São de uma beleza tão pura e rara que parecem lendas. O que esses poucos vencedores falam é que esse amor foi suado, trabalhado, bem administrado nas centenas de vivências do quotidiano. Não é um prémio da lotaria, nem sorte nem magia. É simplesmente o resultado concreto daquilo que foi um relacionamento maduro e crescente entre duas pessoas.

Se tens um amor, trata-lo, como uma coisa preciosa… não deixes morrer ou morrerás um pouquinho também.

domingo, fevereiro 07, 2010

Alegria numa noite de inverno

Alegria numa noite de inverno

Acordei duas horas antes da hora prevista.
Os relógios do mundo fazem tic tac, e as horas não são todas iguais.
Ora se acordasse em Paris estaria na hora certa, em Espanha na errada, ou seria ao contrário?

Julliet

Este é um texto de ficção a mulher existe, mas o seu nome real está presente apenas em duas almas.
O espaço é o da minha imaginação, bem como os sentimentos, os cheiros, os cabelos, as vozes;
os perfumes podem ser reais ou não...
Começa aqui este texto, e por mais que tente encontrar palavras para vos descrever
os meus sentimentos apenas uma será obviamente certa: sentimentos.
Não existem provas do que vos vou contar; nem uma testemunha, uma fotografia ou até mesmo uma
imagem retida na minha alma ou na Julliet, embora se ela estivesse ao meu lado,
essa imagem materializar-se-ia no seu peito.
Acordei na Malásia no terceiro dia de uma aventura que poderá vir a ser real, ou poderia vir a ser.
Vocês nem imaginam a felicidade que é acordar num paraíso, onde todos correm, cantam, riem, dançam,
choram, vivem com o objectivo de serem felizes.
Bem, dizia eu. que acordei a olhei-a, mirei-a, olhei a lente da câmera e fotografei-a. Uma das coisas
mais belas do mundo é fotografar uma mulher dormindo feliz. Não sei bem como explicar; os olhos
mesmo fechados estavam serenos, os lábios mesmo fechados sorriam, a face estava calma e serena. O corpo,
esse, em posição fetal demonstrava que não era uma mulher normal que ali estava, esta era tecida por Deus,
mas obviamente esculpida pelo Diabo. Perdido em fotos mil, ela acordou e sorriu. Os dedos do pé direito,
acariciaram os dedos do pé esquerdo, a mão esquerda tocou o peito, ou para se certificar que ele estava
com ela ou para sentir que a realidade estava presente e que eu não era um sonho. A aventura continuaria;
bem, esta noutro texto lido a quatro olhos e escrito a duas mãos, encerrados para que um dia na nossa
velhice o mundo saiba que existiu um momento de carinho de aventura num mundo de ilusões,
onde uma mulher se veste de seda, onde um homem acaricia a sua face, e a leva pelo mundo em troca de fantasias
e aventuras, ao sol, á lua,á chuva, nas terras altas da Escócia, ou nas planícies de Moçambique de Machibombo.
Acordou e disse-me olá, e repetiu como se eu não tivesse ouvido: - Olá! Bom dia!
Com simples palavras se pode ser feliz. A aventura seguiria em frente.
Este texto fica a meio, porque sim um dia destes será diferente. Estou bem e feliz lendo!

sábado, fevereiro 06, 2010

No fundo quero amar o que eu amaria se pudesse escolher o que amar.


Passeava eu pela praia de Miramar, olhando distraído as ondas, as gaivotas, as rochas, as conchas e uma ou outra ave com aspecto de pânico por me ver fita-la. Dizia eu, que, deambulava por esse pedaço de paraíso distraído; pensava eu. Na verdade, não estava distraído. Estava, era, atento sem me esforçar, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via o mundo de outra forma, na sua plenitude; até um casal de pássaros fazendo amor. Fui percebendo as coisas e o mundo que me rodeava, e quis conta-lo a ti. Esta liberdade, estes sentimentos intensificaram-se, e, mostraram-me outro eu, normalmente adormecido, numa caixinha de cartão, numa prateleira da cozinha que não temos, na casa que não possuímos, na floresta encantada dos meus sonhos.
Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar, ou mesmo imaginava existir.
Por puro carinho quis olhar teus olhos e fundir-me no mundo que me rodeava.
Por puro carinho mesmo, quis beijar teus lábios, sentir tua língua na minha, sem pudores, medos, ou falsos desejos, beijar-te como mulher, amiga e confidente.
Claro, que, se esse momento um dia existisse, seria provavelmente, o momento! A homenagem que nós, homens, podemos fazer ao mundo e á sua natureza. A homenagem do desejo, fruindo a natureza que nos rodeia, fundindo-nos nela, e amando esse acto.
Soube nesse preciso momento que a tua boca, seria uma ilusão, que os meus braços a envolverem teu corpo um devaneio de um homem só.
Ser-te-ia aceitável este sonho?
Esta forma de te fazer um carinho?
Não!
Este sentimento era novo para mim, mas muito certo. Não me ocorrera antes, apenas porque eu me dera ao luxo de não o poder ter. Sei que não me amas, com amor grave, com amor solene, com respeito e amizade. E assim como o meu carinho não se perdeu olhando o mar; o céu o alarga, transformando a minha essência em amor livre.
Trémulo, consegui continuar a viver. Com perplexidade, continuei a avançar pelos dias, com meus sentimentos infantilizados pela surpresa. Tentei a ligação dos factos, que ilógicamente tinham um nexo. Ou pelo menos a continuidade dos meus sentimentos assim o dizia. Espantava-me todos os dias, esperando que estes meus desejos tivessem um contraponto, talvez o da loucura, mas não. Existias sempre, e só, para eu te reverenciar. E questionava-me porque fui apanhado desprevenido nesta malha de sentimentos, como me entregar a um desprevenido amor?
Preciso de me lembrar que os meus sentimentos estão cobertos de sangue. E não preciso de ser lembrado disso. Não só não o esqueço como o admiro. O que sou, e como consegui sobreviver a ele, e como olhos sábios, belos, calmos e espirituais me ajudaram.
Já ando pelo mundo sem lhe pedir nada; ando em bruto, como diamante á espera de ser lapidado.
Eu que um dia fiz do amor uma forma de vida, uma expressão de humanidade, não sabia que juntando todas as incompreensões, eu amava outra vez. Somando todas as incompreensões, é que se ama verdadeiramente; porque julgava eu, que só por ter tido carinho, que amar pode ser fácil.
No fundo quero amar o que eu amaria se pudesse escolher o que amar.
Preciso que me digam com brutalidade que me amam e desejam; talvez precise dessa brutalidade por estar descrente na possibilidade de ser amado. E porque sou possessivo.

O cientista e a mulher que dá o corpo em troca de "sentimentos" Estavam os dois a enamorar-se por uma escultura. Estão os dois ...